quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

1971

1971
Jalisco, cidade bela
Julião, Quinhones, Paulo, Gabriel Garcia Marques
Intelectuais reunidos,
Lareira, tequilas e charutos
País irmão, muitos vícios
Buscavam solução
Para o camponês
Homem simples do campo
Lamarca mentor da reforma agrária
Antes mesmo do grito dos excluídos
Exilados conspirando
Paulo Freire estudado na Irlanda
Retorno aguardado
Anistia 1980
Resistência
MST
19 homicídios em Carajás
Homens, Mulheres e crianças
O verde chora sangue inocente
Sempre voltam os pés gelados
Na terra quente!
Na Pátria Amada, do grupo
Só voltou vivo o antigo militar
Caça as bruxas nunca mais
X nove sempre morre
Pela mão do camarada!
Camaradas!
Julião não retornou
Seus ossos enterrados
Em Pátria alheia
Quinhones alcoólatra ainda vive
Garcia Marques escritor de renome 76 anos
Lamarca assassinado no Brasil
Meu pai sequelado!
Safenado,
Diabético,
Irritado,
Irritante
Difícil convivência
Triste fim para os heróis anônimos
Que tentaram fazer a Pátria Amada
Ser gentil com o pobre homem do campo
Que chora colhendo os seus molhos
Verá com alegria os seus feixes
Após regar a terra árida Brasil?

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Histórias de Moniquinha a menina agitadinha

Histórias de Moniquinha a Menina Agitadinha

Naquela antiga fazenda de laranjas que aos poucos ia sendo loteada e mais tarde viraria Vila Valqueire, nasceu Moniquinha.
Foi crescendo alegre, sapeca, levada da breca.
Era muito curiosa, observava as cores, os bichos e as flores.
E em vários porquês agitava por onde passava.
Por que as formigas são pretas e pequeninas?
Por que as borboletas são tão coloridas?
Por que as frutas são tão doces?
Tantos porquês deixavam sua mãe e todos a sua volta tontos.
E mandavam Moniquinha ir brincar.
Quando muito silêncio sua avó dizia à sua mãe, onde está a Moniquinha e logo
ouviam-se os chamados de sua mãe, e ela nunca respondia e quando a encontravam, lá estava Moniquinha dependurada numa árvore, aninhada como passarinho, pensava ter asas, não tinha medo de altura.
Saboreando maduros sapotis, semente plantada pelo vovô querido. Veio de Longe. Sergipe ele disse, amava passarinhos e plantas.
Vovó odiava a sujeirada de alpistes, girassóis e a cantoria. Mas vovô nem ligava, isso lhe dava muita alegria.
Observava seu avô limpar cada gaiola com cuidado, trocar a água, sementes e frutas, mas cortar as unhas era o mais dolorido.
Não machuca eles dizia Moniquinha, ta saindo sangue! E o vovô dizia que era pro bem. Por que machucar é pro bem? Perguntava a menininha, agitadinha ao ver os passarinhos com os dedinhos machucadinhos.
Seu avô dizia que a unha não podia crescer senão os passarinhos não voariam. E lá vinham mais porquês. E por que eles não podem voar fora das gaiolas se havia outros que viviam nas árvores da casa e ninguém cortava-lhe as unhas.
Não entendia como machucar era amor.
E seu avô respondia: - Porque eu amo as aves.
Mas por que precisamos prender quem amamos? As gaiolas são ruins, só da pra voar pouquinho. Eles querem voar mais no altinho.
E seu avô dizia: Eles não sabem viver sozinhos vão morrer de fome.
Por que eles não sabem viver sozinhos? Atordoado com tantas perguntas, seu avô pedia algo para Moniquinha fazer.
_Busca água pro vovô!
Lá ia Moniquinha buscar a baciinha.
Quando chegava já quase não tinha nada. Moniquinha nunca soube andar corria o tempo todo.
Corria o dia inteiro porque não tinha asas. Pois se as tivesse voaria o dia inteiro junto aos passarinhos.
Sua vontade era de abrir todas as gaiolas e soltar todos os bichos. Os pássaros, os porcos, os bois, e as galinhas com seus pintinhos. Mas Moniquinha era muito pequenininha e não alcançava as tramelas.
Tudo que se criava era para alimentação, pois à caça fora proibida!
Antes seus tios viajavam até o centro do país e caçavam por três meses e lá mesmo salgavam as carnes. Caçavam veados, pacas, tatus, tartarugas enquanto os que ficavam pescavam.
Quando retornavam eram divididas as caças e havia carne pro ano todo.
Todo alimento era fruto de muito trabalho.
Quando chegavam da pescaria era aquela euforia, todas as tias e suas bacias e a divisão dos peixes, siris, camarões, cações, baiacus e sardinhas, nem sempre trazia contentamento, não era justo para algumas, queriam mais alimento.
Mas quem não ajudava a puxar a rede não come peixe e muitos tios eram preguiçosos. O mais habilidoso pescador faz rede até hoje. O Tio Jairo, não podia ver nada se mexer que já estava ele com a espingarda. Tiro certo, mira boa e logo farofa de pardal.
_ Tio por que matar passarinhos, são tão pequeninos, só tem penas e coração?
E o tio respondia:_ É muito Baamm!”
Por que devorar corações tão pequeninos? Pensava triste a menina agitadinha.
Logo se ouvia a voz de sua avó Zica:_ Moniquinha vá ver se há postura, vovó queria que Moniquinha trouxesse os ovos das galinhas e a menina dizia,_ não dá vó “elas bilisca”
Sua avó a ensinara a pegar os ovos e todas as manhãs havia comida quentinha.
Ovos quentes, bolos de milho e fubá, leite das vacas, tirados pelos tios, o café já colhido e torrado e seu cheiro suave.
Corriam todos pra mesa, vovô tinha feito uma mesa grande com grandes bancos.
Todos sentavam juntos davam graças e comiam antes da lida.
Mas à hora do almoço era aquele alvoroço. Moniquinha não entendia por que os olhos dos peixes eram tão tristes, por que os siris não queriam ficar na panela, por que as rãs se mexiam mesmo com as cabeças cortadas.
Achava à vovó muito má. Ela cortava os peixes e tirava tudo deles. A tartaruga gritava a água tava quente.
E Moniquinha perguntava: Por que tem que colocar a tartaruga na panela?
Vovó dizia que só assim a casca saia.
Moniquinha ia crescendo e a criação ia diminuindo.
Quando mataram o último porco, ninguém conseguiu comê-lo. Já era da família e o chiqueiro muito limpo. Vovô lavava três vezes por dia para não ter mosca, agora tinha vizinho!
Quando seu avô morreu, encontrou sua tartaruga repleta de formigas devorando seus olhos.
Vovô tava doente, tossia muito. Chamaram o Arlindo pra dar injeção e Moniquinha pediu:_ Deixa eu ver vovô? E o vovô disse: _ Vá brincar e fechou a porta!
Quando abriram a porta, ele já não vivia.
A grande mesa onde se fartavam foi arrumada e colocaram o vovô nela.
E Moniquinha ficava pensando. Por que o vovô ta com a roupa da missa?
Por que ta tão bonito, por que não se mexe?
E a vovó disse baixinho: _ vovô foi pro céu! E correu até o portão e gritou: _ estou livre!
Como vovô foi pro céu, não tinha asas se ela o via ali na mesa?
Vovó conhecera o vovô no dia do casamento, teve nove filhos e vovô a prendia como prendia seus passarinhos.
A primeira coisa que a vovó fez foi chamar o tio João e antes mesmo que o corpo saísse em cortejo até o cemitério, não havia mais nenhuma gaiola na casa. E havia gaiolas em todas as paredes e tetos pela casa, varanda, onde houvesse um prego havia uma gaiola, também tinha mico preto, macaco Tião, e papagaio que cantava:_ fá fá RO fá fá RO f fá RO fá RO fá fá.
Tudo ficou cinza, a parreira não deu mais uva, graviolas e nêsperas agora nasciam pequeninas.
Tudo ia virando areia com cinza, onde era verde agora cimento frio.
Outras ferramentas e outros bichos.
Cães e gatos esses não se comiam mais.
O leite vinha numa garrafa de vidro que o leiteiro deixava no portão pela madrugada se trocava pelo vidro vazio.
O padeiro de bicicleta com sua buzina acordava os vizinhos, aquele cheiro bom de pão quentinho. Doce na cesta da frente e salgado parte de traz. Vovó não assava pães mais.
Gritava: _Trás o dinheiro. Umas moedinhas e um sacão de pão.

Moniquinha continuava crescendo e com ela muitas perguntas.
Queria entender o mundo e perguntava: O que é o mundo pra um pra outro. Até que sua prima lhe disse:_ Preste muita atenção Moniquinha que eu vou te responder. Olha para o céu. E a menina olhava para o céu bem azul e imaginava muitas coisas.
E sua prima lhe disse: _ O mundo é uma bola, dentro de outra bola, que a Baleia engoliu!
E Moniquinha ficou pensando nisso:
O mundo é uma bola, dentro de outra bola que a Baleia engoliu e nunca mais fez perguntas, mas continua agitadinha!


“Nós precisamos de alimento para carne e para o espírito”
Melissa Alba Jardin

domingo, 12 de dezembro de 2010

Névoa

Névoa paira sobre a noite fria.
Úmidas gotas descem do céu.
O vento canta melodia triste
Sons do breu, escuridão
Voa alma pelo céu
Anjo da morte veio buscar
Saudades dos seus de lá e de cá
Foi o que era, é e será
Alegria, risos, banquete
Com o noivo irá gozar!
Alegrem-se
Alegrem-se
Já!
Beijos
Mônica
09-12-2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Meu Preço

Balançava na rede
O sol aquecia meu rosto
O vento trazia meus pensamentos
Versos meus dados a outrem
Ou os versos nunca foram meus?
Meu peito rasgou
Esquecê-lo vou
Nunca fui especial
Amá-lo tanto foi meu erro
Cedi aos apelos do desejo
Consciente estou.
Força eu faço
Cai duas vezes no mesmo laço
Vacilo acreditar que o poeta
Pudesse amar
A lição de casa esqueci.
Arrependimento de entregar-me
O que eu fiz?
Vendi-me tão barato
180 moedas
O preço de minh’alma!

domingo, 19 de setembro de 2010

Argos

Sopra
Sopra
Frio
Vento

Gelado
Barco
Perto
Barco
Longe


Amores no Horizonte
A magia do encontro
Dois corações
Linda História
de Amor...

Ieda

Ieda Amiga
Muito Amada
Muito Querida

Codinome “bruxa”
De sua boca mesmo saía
Maldição pra sua vida

Conversas longas
Sobre existência
Medos, angústias

Cuidava de mim
Conselhos bons
Pra você sempre me revelei

Fui dura
Da covardia te alertei
A morte não é o fim

Nas tardes enlouquecidas
De intervalos na escola
Nos trazia risos
Em piadas fortes, fabulosas

Faz falta
Nos privou da tua irreverência
Três anos se passaram
E continua forte a dor

Saudade sempre será
O amor que fica

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Amigo

Tenho muito sentimento,
mas as palavras se perdem por dentro.
É meu amigo de muito tempo.
Amado, Querido e me trás alento.
Vê-lo sorrindo e muito feliz
É o desejo de todo meu pensamento.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Desmedida

Não sei o que acontece comigo
Obsessão 24 horas por dia
Longe do meu Amado
Fico louca, esquecida!
Quero carinho, cuidados e afagos
Meu peito me sufoca abafado
Meus pensamentos me dizem coisas
E acredito!
Paixão desmedida
Penso em suicídio
Mas a morte nunca é a saída!
Devo fugir
Sumir desta vida!

Ira

Nem eira nem beira
Tremenda besteira
Acreditar em tanta asneira

Pode se somar
Arte de seduzir
Arte de conquistar
Nunca a Arte de Amar

Não, ama sim!
Seu egoísmo é tanto
Que seus sonhos e planos
Voltam de encontro
Ao seu ego tamanho

O mundo gira
E sua volta é pequena
Gira em torno de si mesmo
Em volta do seu umbigo

Não há espaço
Pra tanta vaidade
O seu grande prazer
Em quantas pode conquistar
Depois não sabe o que fazer
Melhor descartar

Nesses joguinhos mesquinhos
Não há lugar pra amor verdadeiro
Não há visão de ninho, afago
Só destruição dos sentimentos alheios

Nesta história de brincar de amar
Seduzir e depois cansar
Sofre que ama
Aquele que não sabe amar

To fora do jogo!
Sou café com leite!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Refletir e acertar

03/08/2010

Insistir no erro
É lutar contra o avesso
É sangrar por dentro
É odiar a si mesmo

Sofrer por quem não nos ama
É insanidade tamanha
Falta juízo e nos entranha
Em labirintos falidos

Saída, quem acha, ganha
Liberdade, ar e se embrenha
A conhecer novos caminhos
Sem mapa
Outros sentidos sem lama

Olhar nos olhos de alguém
Achar abrigo certo e chama!
Ardendo e aquecendo
Ouvindo os sussurros de afeto
De quem nos ama!

Silhueta da ilusão

03/08/2010

Corri pela praia seguindo suas pegadas
Que as ondas não apagaram!
Vi sua silhueta ao longe de branco
Seu olhar fitava o mar...
Por mais que eu corresse
Sua imagem ia sumindo
Linha tênue entre você e o infinito

Voar juntos

01/08/2010

Subi o monte.
E lancei meu desejo na estrela dançante.
Estar junto ao ser amado.
Amando sendo amantes não em fantasias,
Mas em reais flutuantes ondas de amor e liberdade!
Voar juntos e repousar nas delícias do jardim!
Relva e flores. Aromas e sabores...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

The End

Eu me doei
Visceralmente te amei
Seu egoísmo me fez
Sofrer outra vez

Insanidade insistir
Nesse amor irreal
Foste tudo pra mim
Pra você fui troféu

Conheceste meu gosto
Meu cheiro e sabor
Deixaste pra mim
Toda tristeza e dor

Quando de mim precisaste
Meus ouvidos, carinho te dei
Quando de ti precisei
Abandono e frio passei

Rejeitou meu carinho
Todo amor que senti
Choro e entendo que pra ti
Capricho fui

Iludida pensei
Ser especial pra você
Em mentiras acreditei
Quis ser feliz ao lado seu

Tristes dias
Ausência tua
Mas o tempo apaga as mágoas
Sofro, pois sei
Não terá volta

Amá-lo novamente jamais
O mundo gira lentamente
Tudo que se planta se colhe
Sentirá minha falta
E aí será tarde!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Labirintos

Pensamentos vagueiam...
Entre os labirintos do meu ser
Presa no tempo
Vejo imagens retorcidas do presente
E flash do passado
Tudo aconteceu há pouco
Sou mera observadora de mim mesma
Qual será o desfecho?
Vilã e algoz dos meus ímpetos desejos
Ou vítima dos laços alheios
Caminho percorrido entre ruas estreitas
Caminho escolhido rua sem saída
Paredes e tijolos
Muito limo
Escorregadia
Chuva fina
Cabelos lisos
Roupas negras
Pele clara
Olhar maléfico
Enigma da existência.

22/06/2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Momento Perfeito

Entre sombras e claridade
Deixei que me percebesse aos poucos
Queria revelar a musa que criastes
Dourada como um pomo proibido
Quis ser domada, possuída, amada, venerada
Seu toque gelava minh’alma
E aquecia minha taça quente rubra
Seu beijo néctar doce e puro
Manjar escolhido
Quão formoso é Adônis
Quão robusto seu membro a penetrar
A pequena taça derramando seu vinho branco
Delícias e sabores
Prazeres sem fim
Esqueceu de si o Tempo
Descrever é reviver cada detalhe
Momento único especial
O sonho existe
A vida real pode ser sonho!
E o despertar um continuo caminhar
Ao encontro da felicidade...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Almas Gêmeas

Que dia especial
Vem a mente
Todo instante
Cheiro bom
Almas gêmeas
Dois amantes

Como crianças arteiras
Sem se importar
Com as broncas
O prazer de estar juntos
O ponteiro entorta
Emoção tão forte
Peito não agüenta

Um desejo ronda
Pensamentos planejam
Estar novamente
Em segredo
Os dois
Pelo avesso

domingo, 17 de janeiro de 2010

Sabor de Amor

Poesia e paixão
Coexistem
Desejo corpos quentes
Toques e delícias
Sonho realidade
Beijo sensualidade
Meu querer
Sua vontade
Entrega sem medo
Sentir você por dentro
Sabor de amor,
Existe!